segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Raça de Caprinos_ Alpina Francesa

Alpina Francesa

Origem:
França - Diz Valerie Porter (1996) que a terra natal da Alpina Francesa é o Pays de Loire. Ela tem orelhas curtas e em pé e pode ter chifres em forma de cimitarra ou ser mocha. Algumas possuem barba e barbela. Elas medem cerca de 80 - 85 cm de altura e pesam em média 90 - 60 kg e é uma cabra essencialmente de leite. É um animal de fácil adaptação tanto no trato domestico em sistemas intensivos ou extensivos, nas planícies ou nas montanhas. O Herdbook começou em 1930. A raça ficou muito padronizada depois da Segunda Guerra Mundial. Baseado em um tipo encontrado na zona franco-suíça dos Alpes e originalmente Suíça hoje ela é encontrada em toda a França.
No Brasil - Segundo a Revista Brasileira de Caprinos e Ovinos (O Berro n. 11, p. 55, - 1987), "os cruzamentos de cabras brasileiras com a Alpina Francesa podem resultar na formação de vários ecótipos conhecidos como a Moxotó, a Repartida, a Meísta, a Maca, etc. Assim, a Alpina "mantelée" tem muito a ver com a consolidação dos ecótipos nordestinos".Aristóbulo de Castro (1984, p. 177) diz: "Posso informar, com segurança, que em 1974, foi importada dos EUA uma bela quina destinada ao Projeto Quatis, do INCRA, no agreste pernambucano da raça Alpina Francesa.Estes animais eram parte do lote cedido ao Brasil por uma Missão Francesa sediada na Califórnia (EUA), quando foi realizado o convênio com o INCRA, tendo como objetivo povoar o Agreste Pernambucano. Conta Suetônio Vilar que foram fundados três núcleos desta raça, na ocasião, cada um recebendo um macho e quatro fêmeas. O principal núcleo foi o de Arcoverde (PE).O fato é que foram espalhados alguns reprodutores entre Pernambuco e Paraíba, deixando vasta descendência. O trabalho mais relevante aconteceu na Fazenda Carnaúba, em Taperoá (PB), de Manelito Vilar e em Junco (PB), de Suetônio Vilar, que cruzaram a Alpina Francesa com as cabras Moxotó, proporcionando-lhes um notável incremento na produtividade leiteira e, ao mesmo tempo, implementando um grande rebanho de cabras então denominadas como Brancas Sertanejas. Este trabalho começou em 1978, com animais importados e filhos, oriundos da Estação de Arcoverde (PE).Suetônio adquiriu um macho ("Apocalypse") e quatro filhas. Colocou 120 fêmeas Moxotós à disposição dos animais franceses. A Fazenda Carnaúba adquiriu duas fêmeas e utilizou o reprodutor "Apocalypse", tendo em vista gerar um núcleo de animais importados. Colocou 100 matrizes Moxotós à disposição do núcleo francês. Hortêncio Ribeiro também utilizou o reprodutor "Apocalypse" e comprou cinco matrizes de Mário Abreu, importadas do Canadá, em 1995, formando um esplêndido rebanho Moxotó leiteiro que, mais tarde, seria vendido para o pólo leiteiro de Cabugi (RN).A tentativa de Dr. Manelito e Suetônio Vilar deu certo e, hoje, as duas propriedades contam com centenas de animais do tipo Moxotó obtidos por essa via. Ao mesmo tempo, multiplicaram o lastro das cabras do tipo Branca Sertaneja, sempre melhorando a aptidão leiteira. (ver raça Branca Sertaneja)Pode-se afirmar, portanto, que a recente introdução da Alpina Francesa consolidou o Moxotó leiteiro e, depois, diluiu-se na descendência da versátil Branca Sertaneja.
Situação - O rebanho estimado em mestiçagem é de 5.000 cabeças. Calcula-se que existam mais de 1.000 cabeças "puras de origem" (PO), as quais são aptas para inscrição automática em um Registro de Fundação, com direito ao um Certificado de Origem. Ao atingir 5.000 animais PO (puros de origem, com Certificado) inscritos num Livro de Registro de Fundação, poderá se consolidar o Livro de Registro Genealógico, com alguns dados de desempenho funcional. O rebanho pode ser considerado em risco.
Padrão da Raça Alpina Francesa
Aspecto geral - A mais conhecida pelagem da Alpina Francesa é a mantelée (pronuncia-se "mantelê"), com o dorso e laterais negros, pescoço e paletas claras. Animais graúdos e leiteiros.Cabeça - média, cônica, alongada e fina, testa bem proporcionada e descarnada. Barba longa no macho e ausente ou pouco desenvolvida na fêmea. Focinho grande e largoPerfil - subcôncavo. Admissível: retilíneo. Desclassificante: côncavo ou convexoOrelhas - pequenas ou médias, eretas e dirigidas para frenteChifres - com chifres ou mocho.Olhos - grandes, claros, cor amarelo-parda, ou castanho-pardos.Pescoço - No macho: forte e bem implantado, proporcional ao corpo. Nas fêmeas: delgado e harmonioso. Com ou sem brincosPeito - saliente e amplo, bem largo nos machos.Membros - Fortes e bem aprumados. Cascos pretos e fortes, admitindo-se os claros e rajadosAparelho mamário, úbere - volumoso, bem inserido, livre de carnosidade e simétrico. Veias mamárias longas, grossas e tortuosas. Tetos: tamanho médio, bem dispostos, apontando para baixo e ligeiramente para frentePele - escura, solta e flexível. Desclassificante: rósea. Mucosas escurasPelagem - a) Castanho-parda ("chamoisée"), apresentando listra preta da nuca até a garupa, ventre preto ou creme, chanfro e parte distal dos membros pretos ou creme, com listras pretas. A coloração preta indica a origem suíça; a coloração creme indica a origem alemã. (Foi diluída no lastro das Pardas Alpínas, no Brasil)b) Pelagem preta uniforme - na raça Verzasca. (Não há registro de ter entrado no Brasil)c) Pelagem castanho-parda (policromada), com manchas brancas (malhada) - na raça Pfauenziege. (Não há registro de ter entrado no Brasil) (ver Raça Biritinga).d) Pelagem repartida: a parte anterior do corpo castanho-clara e posterior castanho escura ou preta. Parte anterior do corpo, castanho-escura e posterior castanho-clara. (ver Raça Repartida)e) Pelagem castanho escura ("Mantelée"): cabeça, pescoço e membros e parte ventral castanhos, dorso, lombo e flancos, castanho-escuros ou pretos. Pêlos curtos e lisos. Admissível: Pêlos médios na linha dorso-lombar nos machos. Desclassificante: Pelagem branca, pelagem malhada de branco e preto, castanha e preta, pêlos longos. (Ver Raça Branca Sertaneja)
Altura média -
Fêmeas: 70-85 cm. Machos: 90-100 cm.
Peso médio -
Fêmeas: 50-65 kg. Machos: 75-90 kg.

Revista O Berro-editora Agropecuária tropical-
Coletânea de varias edições

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